Você, corredor dedicado, certamente convive com a sensação de dor muscular após um treino intenso ou uma prova desafiadora. Mas até que ponto essa dor é parte do processo e quando ela pode indicar algo mais sério? Entender a diferença entre o desconforto natural e o sinal de alerta é crucial para uma corrida segura e uma evolução constante.
A dor muscular do corredor: Entenda o desconforto pós-Treino
Sentir algum nível de dor muscular durante ou após a corrida é comum. Segundo o Dr. Abaeté Neto, médico do esporte e especialista em lesões esportivas, essa dor pode ter diversas origens, desde a adaptação fisiológica até um sinal de lesão.
“Ao iniciar uma nova rotina de corrida ou aumentar a intensidade dos treinos, é natural sentir um desconforto muscular. Isso ocorre porque o corpo está se adaptando ao esforço, causando microlesões nas fibras musculares. Esse processo inflamatório é parte da recuperação muscular e geralmente se manifesta como a chamada dor muscular tardia“, explica o especialista.
Dor muscular de início tardio (DMIT): O que é e por que acontece com o corredor
A dor muscular de início tardio (DMIT), ou dor muscular pós-exercício, surge tipicamente entre 24 e 72 horas após a corrida. Esse fenômeno é resultado do processo inflamatório que o corpo inicia para reparar as microlesões musculares causadas pelo esforço físico.
Essa dor é comum, especialmente quando o corredor experimenta estímulos novos, como:
- Introdução de novos tipos de treino de corrida: Incorporar intervalados, tiros ou treinos em subida.
- Aumento da intensidade dos treinos: Correr em ritmos mais fortes ou por mais tempo.
- Retomada da corrida após um período de inatividade: O corpo precisa se readaptar ao esforço.
“A dor muscular tardia não deve ser motivo de grande preocupação para o corredor, pois faz parte do processo natural de adaptação e fortalecimento muscular. Com a consistência nos treinos, o corpo se acostuma ao esforço e a intensidade da dor tende a diminuir”, tranquiliza o Dr. Abaeté Neto.
Quando a dor muscular na corrida acende o sinal de alerta
Embora a DMIT seja esperada, nem toda dor muscular deve ser ignorada pelo corredor. O especialista alerta que certos tipos de dor podem indicar problemas mais sérios, como lesões musculares, tendinites ou sobrecarga excessiva.
“Se a dor surgir de forma muito intensa durante a corrida, vier acompanhada de inchaço, vermelhidão, sensação de queimação forte ou impossibilitar os movimentos normais, pode ser um sinal de lesão. Nesses casos, é crucial parar imediatamente a corrida e procurar um médico para avaliação”, orienta o especialista.
Além disso, dores que persistem por muitos dias sem melhora, mesmo com repouso e cuidados básicos, podem indicar que o corpo do corredor não está conseguindo se recuperar adequadamente.
Estratégias de alívio para a dor muscular pós-corrida
Se a dor for apenas o desconforto esperado após o treino, o corredor pode adotar algumas estratégias para auxiliar na recuperação:
- Aquecimento e Alongamento: Preparar o corpo antes da corrida e realizar alongamentos leves após o treino ajuda a reduzir a rigidez muscular.
- Hidratação: Beber bastante água auxilia na eliminação de toxinas e no processo de recuperação muscular.
- Alimentação Adequada: Consumir proteínas e carboidratos após a corrida favorece a regeneração muscular.
- Massagens e Liberação Miofascial: Técnicas como massagem esportiva e o uso de rolos de liberação miofascial ajudam a reduzir tensões musculares.
- Crioterapia (Uso de Gelo): Aplicar compressas frias pode amenizar a inflamação e aliviar a dor.
- Descanso e Sono de Qualidade: O descanso é essencial para a regeneração muscular e a adaptação ao treinamento.
Quando o corredor deve buscar ajuda médica
Se a dor for intensa, persistente ou limitar seus movimentos por muitos dias, o ideal é procurar um especialista em medicina esportiva. Além disso, se houver suspeita de lesão, como distensões musculares ou rupturas, um médico poderá avaliar a condição e indicar o tratamento adequado para que você, corredor, possa retornar às pistas o mais rápido e seguro possível.
“Escutar o próprio corpo é essencial para o corredor. O treino deve ser desafiador, mas nunca a ponto de gerar dores incapacitantes. O equilíbrio entre esforço e recuperação é a chave para um treino seguro e eficaz”, finaliza o Dr. Abaeté Neto.
A dor muscular durante ou após a corrida pode ser um sinal de adaptação do corpo e, na maioria dos casos, não deve gerar grande preocupação para o corredor. No entanto, dores muito intensas, persistentes ou associadas a outros sintomas podem indicar lesões e precisam ser avaliadas por um profissional. Para garantir uma corrida segura e uma evolução constante, é fundamental respeitar os limites do corpo e adotar boas práticas de recuperação.
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