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Morre grego que protagonizou cena histórica com Vanderlei Cordeiro na Maratona de Atenas

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É com o mais profundo pesar que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) comunica a morte do grego Polyvios Kossivas, aos 71 anos, na última semana, na Grécia.

Polyvios Kossivas foi protagonista de um dos mais importantes capítulos da história do esporte olímpico brasileiro. Durante a maratona nos Jogos Olímpicos Atenas 2004, anônimo na multidão que acompanhava a prova, ele viu que o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, então líder da corrida, havia sido derrubado pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan. 

Polyvios invadiu a pista, empurrou o agressor e permitiu que Vanderlei continuasse na prova para terminar na terceira posição e conquistar a medalha de bronze. Semanas depois, o fundista  receberia a medalha Pierre de Coubertin, dedicada pelo Comitê Olímpico Internacional a quem melhor representa os valores olímpicos – Vanderlei é, até hoje, o único brasileiro a ter recebido a comenda.

“Naquele momento, Polyvios Kossivas se transformou em um herói do esporte olímpico nacional, por uma atitude que é lembrada e reverenciada até hoje no Brasil e no mundo. O COB lamenta a morte de Polyvios e gostaria de transmitir o mais profundo sentimento aos seus familiares”, afirmou o Presidente Paulo Wanderley.

Poucos dias depois do ocorrido, Polyvios Kossivas foi encontrado pelo jornal Folha de São Paulo, em Atenas. À época, disse à publicação que agiu por impulso no momento, sem medir os riscos, mas ciente de que estava ajudando Vanderlei Cordeiro de Lima. 

Em 2004, meses depois dos Jogos Olímpicos, Polyvios Kossivas veio ao Rio a convite do COB e foi homenageado no Prêmio Brasil Olímpico. Durante a premiação, o grego subiu ao palco, reencontrou Vanderlei Cordeiro de Lima pela primeira vez desde o episódio em Atenas, e recebeu o troféu das mãos do maratonista. Um momento inesquecível, aplaudido de pé por todos os presentes. 

Em mensagem enviada ao COB nesta semana, Smaragda Tsirka, filha de Polyvios, fez muitos elogios e relembrou a trajetória e homenageou o pai.

“Ele era um homem simples, generoso, carinhoso e altruísta. Adorava minha mãe [Ioulia] e eu. Ele me criou me dando tudo generosamente. Era um viciado em trabalho, incansável, sem nunca reclamar. Acordava todos os dias às 6h. Era respeitado por todos”, escreveu Smaragda.

“Amava as pessoas, os animais e a natureza. Tinha um grande senso de humor e era um excelente cozinheiro. Ele era o amigo que todos gostariam de ter. O pai que todo filho deveria ter. Se todas as pessoas fossem como ele, o mundo em que vivemos seria maravilhoso”, completou. 

Polyvios Kossivas sempre teve a vida ligada ao esporte. Foi jogador profissional de basquete durante muitos anos, principalmente na equipe do Sporting, na Grécia. Quando se aposentou, tornou-se árbitro, apitando jogos da principal divisão nacional.

Fora do basquete, Polyvios também atuou por muitos anos como vendedor e foi gerente de uma empresa de sorvete. 

Polyvios Kossivas deixa uma marca histórica para o esporte brasileiro. O “anjo da guarda” de Vanderlei Cordeiro será lembrado, pro nós, para sempre como um herói olímpico.

As informações são do COB.

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