A maratonista inglesa Sarah Thomson, de 28 anos, desapareceu após correr 7 maratonas em 7 dias. Diagnosticada com depressão, o desaparecimento da atleta mobilizou a polícia da cidade de Newquay, na Inglaterra, e deixou familiares, amigos e a comunidade corredora preocupados.
Felizmente, a jovem foi encontrada e através de suas redes sociais fez um apelo para acabarem de vez com as mensagens negativas que tem recebido.
Sarah Thomson decidiu participar do desafio de percorrer 7 maratonas em 7 dias com o objetivo de arrecadar fundos para a instituição de caridade de saúde mental Mind. A maratonista concluiu em 3h40 os últimos 42k na terça-feira, dia 26 de janeiro.
Assim que finalizou as sete maratonas seguidas, a atleta escreveu na sua conta do Facebook que, além do caráter solidário de desafio, ela decidiu correr para ajudar a si própria.
“Quando tomei a decisão de correr as 7 em 7, a motivação principal foi salvar a minha própria cabeça. Olhei para trás, para a minha vida, e identifiquei o que fazia quando estava realmente feliz e o que faltava agora. Percebi que o desporto é definitivamente um grande fator de felicidade para mim”, relatou Sarah.
No entanto, quatro dias depois, no último sábado, as autoridades policiais foram acionadas já que Sarah Thomson havia desaparecido. As buscas ocorreram por duas cidades inglesas e a família temia o pior. Felizmente, a maratonista foi encontrada na noite do último domingo.
Em seu mais recente post no Facebook, Sarah desabafou sobre os problemas que está encarando para vencer a depressão diagnosticada. Criticada por desaparecer, a maratonista pediu para que as pessoas não enviassem mais comentários ofensivos. Confira a íntegra do relato:
“Lamento muito a preocupação causada nos últimos dias. Lamento ainda mais a pressão sobre as autoridades policiais, que estiveram à minha procura. O nível de culpa, tristeza e inutilidade que sinto agora é simplesmente indescritível. Compreendo ser fácil olhar para isto de fora e enviar mensagens bastante duras e rudes em resposta ao que aconteceu, mas posso garantir que isso não torna a situação melhor para ninguém.
Já estou pra baixo há muito tempo e, desesperadamente, agarrei-me às maratonas e ao trabalho voluntário para entregar uma fração do que recebi na minha vida. Mas sei que não posso pagar tudo.
Por favor…Na verdade, imploro: não enviem mais mensagens tão desagradáveis. O pequeno fio ao qual estou agarrada para salvar a minha vida fica um pouco mais fino cada vez que recebo um comentário menos positivo. Também houve muitas mensagens muito gentis e compreensivas, então, para aqueles que as enviaram, obrigado.
Há uma diferença colossal entre sentir-se triste e ansiosa e ter uma doença diagnosticada de depressão e ansiedade… É uma margem ínfima.
Portanto, lembre-se apenas disso antes de dizer algo que pode causar muitos danos. Todo mundo tem o direito de ficar frustrado ou zangado com as situações, mas você também tem a escolha de como abordar e expressar de modo que não se rompa aquele pedaço de fio que alguém está segurando enquanto você pode estar segurando uma corda resistente”.
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