Há tempos que o celular deixou de ser apenas um telefone e passou a ser uma ferramenta quase que indispensável para a maioria das pessoas, desde o uso laboral até para o entretenimento. O uso excessivo e de forma inadequada pode trazer problemas para a saúde e especialmente para a coluna cervical (região do pescoço).
Segundo Cássia Xavier Santos, fisioterapia e coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina, o uso contínuo leva a sobrecarga das estruturas articulares, por isso, é importante fazer intervalos de 10 minutos a cada 40 ou 50 minutos de uso, para relaxar e alongar a musculatura.
“Sempre que possível, usar um apoio para os braços e trazer o celular na altura dos olhos evitando a inclinação do pescoço para frente. A prática de exercícios auxilia na manutenção da força muscular e na mobilidade das articulações fazendo com que os músculos protejam a região acometida. Sem dúvida, o uso desses equipamentos na atualidade é fundamental, porém saber utilizar como moderação pode evitar transtornos indesejáveis”, explica.
A cabeça pesa em torno de 5 quilos e quando fazemos a flexão do pescoço, este peso pode chegar até cinco vezes (25 quilos) devido a esta inclinação. Mas, de acordo com a especialista, essa carga faz com que haja uma pressão maior em estruturas importantes da coluna vertebral, como os discos intervertebrais e uma pressão maior sobre as vértebras, o que pode trazer desde um desconforto na região do pescoço até a desgastes dos discos e de outras estruturas, podendo levar a um longo prazo, processos degenerativos (artrose), hérnias de disco entre outras complicações.
“Estas lesões podem acarretar dores na região da coluna vertebral, cefaleias de tensão, cervicobraquialgias (dores irradiadas para os membros superiores). Sem dúvida alguma, o pescoço é bastante comprometido com o uso excessivo e inadequado do celular, porém a coluna lombar pode ser afetada pela má postura. Sobretudo, devemos ficar atentos em outras lesões que podem ocorrer nos ombros, punhos e mãos, além de ser prejudicial ao sono. Diante de todas as possíveis complicações que estamos expostos, nos resta agir de forma preventiva”, finaliza.
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