Não é fórmula mágica, mas a dieta cetogênica tem se popularizado cada vez mais por uma razão: ela funciona. A estratégia consiste em uma redução significativa da quantidade de carboidratos consumidos na alimentação, que são compensados pelo aumento na ingestão de alimentos ricos em gorduras saudáveis, como abacate, coco, sementes, azeite de oliva, amêndoas e nozes. A dieta leva o corpo ao estado metabólico chamado cetose, em que produz e usa corpos cetônicos, a partir da gordura do tecido adiposo, para fins energéticos.
A nutricionista do Viver Bem da Unimed Vitória Aline Sarmento explica que a dieta cetogênica pode ajudar a perder o excesso de gordura, que está intimamente ligado ao diabetes tipo 2, pré-diabetes e à síndrome metabólica. “Ao contrário do que alguns pensam, uma alimentação cetogênica não é sinônimo de comer gorduras ou carnes em excesso, mas sim o suficiente para fazer com que o corpo produza e use corpos cetônicos para gerar energia”.
Assim como outras reprogramações nutricionais, a dieta cetogênica deve ser acompanhada por um profissional para evitar erros que podem ser ocasionados principalmente pelo excesso de informações na internet. Feito isso, basta partir para a ação e usufruir dos resultados, que vão bem além do emagrecimento.
“Em doenças neurológicas, por exemplo, a dieta cetogênica pode causar reduções maciças na frequência de convulsões em crianças epilépticas. Há efeitos relevantes ainda na redução de fatores de risco de doenças cardíacas como gordura corporal, níveis de HDL, pressão arterial e açúcar no sangue. Em casos de câncer, a dieta é usada atualmente para auxiliar no tratamento de vários tipos da doença, e retardar o crescimento tumoral”, detalha a nutricionista.
Efeitos colaterais
Embora a dieta cetogênica seja segura para adultos saudáveis, pode haver alguns efeitos colaterais iniciais enquanto o corpo se adapta. Os sintomas, no entanto, costumam passar em poucos dias. Falta de energia, dificuldade de concentração, sensação de fome, problemas de sono, náuseas, desconforto digestivo e diminuição do desempenho do exercício são efeitos que podem ocorrer.
Para minimizar esses sintomas, a dica é diminuir os carboidratos aos poucos nas primeiras semanas. “Iniciar gradativamente pode ensinar o corpo a queimar mais gordura antes de eliminar completamente os carboidratos da dieta”.
Exemplo de composição de uma dieta cetogênica:
– 60% de gorduras mono e poli-insaturadas: Azeite extravirgem nas preparações, castanhas, nozes, abacate, coco e seus derivados, semente de abóbora, semente de chia.
– 35% de proteínas: peixes como salmão, atum e cavala; ovos, carne vermelha, bacon, presunto, frango, peru.
– 5% de carboidratos de baixo índice glicêmico: a maioria dos vegetais verdes, tomates cebolas, pimentas, entre outros.
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