Histórias

Marcos Neri luta contra a paralisia: ‘Quem volta a andar, volta a correr!’

0

Reportagem Especial: Carolina Brasil

“Quem volta a andar, volta a correr!”. Com esse foco e a cada comando, os esforços da mente e do corpo resultam em movimentos que há cerca de um ano eram impossíveis para Marcos Neri. O atleta, destaque das corridas, sofreu um acidente, no dia 25 de fevereiro de 2018, que comprometeu a coluna e o deixou sem o movimento das pernas. Daquele dia em diante e até a alta hospitalar, que ocorreu no dia 10 de abril do mesmo ano, foram momentos de incerteza, angústia e dor, que agora ficaram no passado.

Acostumado a desafios, Marcos iniciou o trabalho de fisioterapia. A evolução é notória e mesmo com orgulho do caminho que já percorreu, ele quer mais.

“Há quatro meses eu não sentava e já realizo muitos movimentos que antes não conseguia. Quando questionei ao médico se seria possível pelo menos voltar a andar, ele me estimulou dizendo que “quem volta a andar, volta a correr”. Como atleta vive de realizar façanhas, essa será mais uma que eu vou superar com certeza”.

O fisioterapeuta e especialista em terapia intensiva, Dr. Paulo Sander Filho, explicou que o trabalho feito com Marcos sempre foi com objetivo de fazer o atleta voltar a andar, uma possível adaptação à cadeira de rodas, por exemplo, nunca fez parte dos planos.

“Desde quando ele chegou, eu já vi um esboço de contração muscular e comecei o trabalho em cima disso. Fazemos uma média de três horas de fisioterapia por dia. Voltar a andar é uma realidade, só uma questão de tempo”.

Vitorioso, o atleta baiano que escolheu Guarapari para viver e correr tem outro sonho: montar um projeto de atletismo para jovens e crianças. Para Neri, o principal objetivo é formar cidadãos, revelar atletas seria apenas uma consequência. “Percebo que nossa cidade precisa de atividades esportivas, principalmente nos bairros mais carentes. Não há escolinhas, o esporte é jogar bola na rua. Eu quero dividir o que sei e o que aprendi. O local eu já tenho, dá para montar uma pista de 650 metros. Vamos precisar de investimento”, sugere.

E foi no esporte que Neri fez amigos para a vida toda. Desde o acidente, ele conta com apoio e ajuda de várias pessoas e atletas que contribuem também para custear o tratamento, incluindo o translado casa-clínica-casa. Além disso, cada gesto solidário que vem de Guarapari, do Espírito Santo, da Bahia, do Brasil e até de fora do país ultrapassa o atleta, beneficiando também a esposa e os oito filhos do casal.

Asics Dynaflyte 2: leveza e velocidade

Previous article

Não tinha sorte com Garmin. Até que… 220!

Next article

Comments

Popular Posts

Login/Sign up
X