Ser atleta significa ter comprometimento com longas horas de treino, torneios e lidar com expectativas e pressões que podem chegar a níveis inimagináveis. Por isso, além de todo o preparo físico essencial da carreira, é necessário ter cuidado com a saúde mental, não só por questões emocionais, mas também porque ela influencia diretamente no desempenho esportivo desses profissionais.
De acordo com o psicanalista e preparador mental para performance esportiva, Lincoln Nunes, não é incomum que atletas de alto rendimento apresentem problemas de desempenho justamente em momentos considerados cruciais ou o “auge” de suas carreiras. “Quantos atletas são leões de treinos e se tornam gatinhos nas competições?”, compara o especialista.
Para ele, um atleta sem preparo mental e que não possui autoconhecimento, nem mesmo tem as ferramentas necessárias para controlar suas emoções em competições importantes. “O atleta que não consegue lidar com as suas crenças e emoções, naturalmente, não terá recursos para acessar e utilizar em momentos de decisão”, pontua.
Ou seja, é como se em um momento de maior pressão, haja uma predisposição de não conseguir colocar para fora todo o talento que foi lapidado durante os treinos. “Se eu pedir para você falar japonês agora, se você não tem o conhecimento da língua, você não vai conseguir falar. Não é possível colocar em prática um conhecimento que não existe dentro de si”, explica o psicanalista.
Logo, o sucesso esportivo é resultante de uma união de trabalhos externos e internos. “Não adianta o atleta dar tudo de si sem ter mente e corpo alinhados, a preparação se dá em todos os âmbitos em que se for possível”, alerta. “Resultados são consequência de um balanço ideal em qualquer nível de preparação”, afirma Lincoln Nunes.
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