Paleolítica, Dukan, Ravenna, Low-carb, Cetogênica, Cabala, da sopa, da proteína, dos pontos, do grupo sanguíneo. Ufa! É muita dieta! Mas será que existe a Dieta do Corredor? A ‘Nutri que Corre’, Bianca Passos, também aderiu ao Movimento Dani-se Vou Correr! e compõe o time de especialistas que vai nos alimentar com dicas e orientações.
Bianca, o objetivo das dietas é priorizar o consumo de alguns alimentos e reduzir ou até eliminar outros. Se fossemos denominar a Dieta do Corredor, o que o atleta deve priorizar e excluir do cardápio de maneira geral?
Na verdade a dieta ideal é sempre o equilíbrio dos alimentos. Qualquer pessoa pode e deve consumir de tudo em quantidades ideais. Porém, quando se está preparando uma dieta para uma atleta ou uma pessoa que está praticando atividade física em grande volume, a prioridade aos alimentos que beneficiam aquele gasto/ganho. Claro que a preferência é sempre de alimentos saudáveis, baixo consumo de sal e açúcar, restrição de bebida alcoólica e redução de gorduras saturadas. Colocar sempre o carboidrato que é a energia para o corpo, proteínas magras e sementes de forma geral.
Como é a sua abordagem e metodologia de tratamento entre um paciente corredor e um não corredor?
Todas as pessoas têm individualidades, e, portanto o cardápio deve ser sim individualizado. Cada corredor tem uma meta proposta e o cardápio (assim como a planilha de treinos) deve ser especifico para aquele objetivo. Perda de peso, baixar gordura, ganhar massa são particularidades que conseguimos conquistar sim com a individualidade dos cardápios.
Quais os riscos de adotar essas dietas da moda dentro de uma rotina de treinamento de corrida?
Dietas muitos restritivas podem afetar diretamente o trabalho de força muscular e treinamento, além de trazer consequências para o organismo que podem acarretar em doenças. Exemplo: não consumir lactose pode deixar o corpo sem as necessidades de cálcio diário nas quais a atleta precisa, além disso, pode aparecer dores nas coxas, panturrilhas e braços, membros importantes para o treinamento físico. Outro exemplo é a retirada total do carboidrato. O carboidrato é a principal fonte de energia para o corpo do corredor. E quando ele está em falta o organismo busca a energia necessária em outras fontes, como gordura e proteína muscular. Se o treino for de intensidade leve à moderada, essa estratégia pode até favorecer (um pouco) o processo de emagrecimento. Porém, o que realmente faz com que você perca peso é o saldo negativo entre o que ingere e o que seu organismo gasta durante o dia. A quantidade de gordura perdida no treino leve em jejum pode até ser ligeiramente maior, mas ela aumenta a sensação de cansaço e fadiga muscular durante o dia, além de o seu organismo tentar compensar essa falta de energia em outros momentos, como quando você sente aquela fome no final da tarde. Além disso, em treinos intensos, o seu corpo precisa de energia rápida. E ela só é disponibilizada na forma de glicose, vinda do carboidrato.
Pesquisa recente aponta o Brasil como o país que mais consome remédios para emagrecer. Quais as consequências do consumo desses medicamentos na dieta do corredor?
Os riscos são inúmeros! Os medicamentos só devem ser usados quando acompanhados pelo médico e nutricionista no momento em que a obesidade se tornou um risco à vida. Inicialmente ele pode dar “aquele empurrãozinho”, se associado à dieta e atividades físicas. Uma pessoa que já pratica atividades (corrida) não há nenhuma necessidade de consumir essa medicação. A medicação pode causar irritabilidade, insônia ou sono superficial, tremores, depressão ou se alternam períodos de estímulo com períodos de depressão, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Ou seja, pode atrapalhar todo o ciclo de treinamento e podem chegar mais longe a risco de pensamentos suicidas, hepatite, cirrose hepática e insuficiência cardíaca. Ou seja, realmente não vale a pena o consumo e sim a opção de correr para perder peso é muito mais saudável.
Os principais erros que cometemos – que você mesma comete – como corredora na alimentação?
O excesso de suplementos e vitaminas também é um erro grave. Cuidado! O corredor quando comete excesso, o corpo irá cobrar de alguma maneira. Pecamos também pelo excesso de “ser saudável”, libertar-se, às vezes, também é ser feliz. Permita-se o brigadeiro no domingo, o churrasco com amigos no feriado e aquela taça de vinho na sexta-feira. O que não podemos é transformar o “só hoje” em todo dia!
Por fim, nutri, porque eu devo investir em um acompanhamento nutricional dentro do meu processo de treinamento de corrida?
A nutrição faz toda diferença no processo de treinamento físico, porém hoje com as redes sociais as pessoas fazem opção de suplementos e alimentos nos quais não são corretos para aquele organismo. Por isso, a importância de acompanhamento individualizado. A consulta tem que ser individualizada e com solicitação de exames sempre. A nutricionista é a única profissional capaz de preparar cardápios individuais e acompanhamentos corretos.
É isso, pessoal… Nada de paleolítica, da lua, do sol, low-carb. Basta colocar o seu nome depois da palavra DIETA e pronto! Essa é a mais adequada para você! E o cardápio você não vai encontrar no Google. É dentro de um consultório que ela será prescrita, respeitando a sua individualidade, limitações e preferências.
Tem alguma dúvida sobre nutrição para corredores? Dani-se ajuda você a estabelecer uma relação mais direta com os integrantes do seu time de especialistas que atuam na área esportiva e na promoção da saúde. Basta acessar o link “Pergunte ao Especialista” para enviar o seu questionamento e ter a sua dúvida respondida pela nossa Nutri que Corre, Bianca Passos.
Dani-se! Vamos Correr com saúde e orientação
Bianca Passos – Nutri que Corre – A nutricionista clínica, funcional, estética e personal diet [CRN-4: 12101198] quando não está no consultório ou no plantão em hospitais, está treinando ou correndo maratonas! Por isso, ela é a nossa Nutri que Corre! Tem graduação pela Faculdade Salesiana e pós-graduação em Nutrição Clínica, Funcional e Estética pela Faculdade Salesiana. Participou das maratonas do Rio, Uphill, do Desafio do Pateta na Disney (21k e 42km) e do Espírito Santo, além de duas ultramaratonas – Desafio da Promessa e Desafio Vitória- Anchieta – com 65km.
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