Além de contar histórias de pessoas que têm suas vidas transformadas pela corrida, de trazer dicas de especialistas e treinadores, uma das missões do Movimento Dani-se. Vou Correr é trazer novos adeptos para a corrida de rua, atividade que mais cresce não só aqui no Espírito Santo como no Brasil e no mundo.

No Programa Dani-se. Vou Correr na Rádio BandNews deste sábado, 20 de agosto de 2022, abordamos um importante tema: a inclusão de pessoas com deficiência nas corridas de rua.

Duas cidades do Espírito Santo já possuem leis e regras específicas que garantem a participação de atletas com deficiência nas provas. Nas demais 76 cidades do Estado não há essa exigência e o organizador do evento de corrida tem a liberdade de abrir ou não vagas e premiar ou não esse tipo de público.

Como incentivadora da prática da corrida e dos eventos, estou promovendo, há alguns dias, um grande debate em favor da inclusão. Por isso, hoje eu recebi no estúdio uma representante da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Vitória, Tainá Pereira, que falou sobre a orientação que a pasta faz aos organizadores de eventos sobre a Lei. Conversamos também com Ernesto Mendonça, que tem deficiência visual e é professor de Educação Física atuante na iniciação ao atletismo paralímpico. E ouvimos os relatos de dois atletas com deficiência: Jefferson Duque, paratleta com membro superior amputado, e Paulo César, o Paulinho, que possui deficiência intelectual, corredor de pista e de rua.

Ouça a íntegra do Programa:

Tainá Pereira, chefe de equipe da Secretaria de Esportes de Vitória, comenta sobre Lei

Vitória já possui uma lei que determina que TODA CORRIDA que seja realizada na capital capixaba tenha, obrigatoriamente, a categoria específica para Atletas com Deficiência. E mais, a legislação também obriga o organizador a premiar igualmente os atletas da categoria Geral e com deficiência. Ou seja, se houver um prêmio em dinheiro no valor de R$ 1 mil para o ganhador da corrida na categoria Geral, esse mesmo valor tem de ser entregue ao campeão da categoria Atleta com Deficiência. Tainá Pereira explica como a Secretaria de Esportes orienta os organizadores sobre a Lei.

Ernesto Mendonça, professor de atletismo paralímpico, avalia cenário ideal para inclusão

O profissional de Educação Física diz que é necessário mudar o cenário atual para que a nova geração colha os frutos desse processo de inclusão. Ernesto trabalha em busca de talentos no atletismo atuando na formação de crianças a partir dos 7 anos e jovens até os 17 anos.

Jefferson Duque, paratleta com membro superior amputado: “Inclusão caminha a passos de formiga e pegadas de elefante”

“Um dia de cada vez”, diz maratonista sobre a luta pela igualdade nas corridas de rua. “Estamos fazendo hoje para que em um futuro próximo os próximos atletas com deficiência que virão sejam bem premiados”.

Paulo César, corredor com deficiência intelectual: “Quando não tem categoria PCD, corro na Geral”

Atleta da UltraSports, começou a participar das corridas de rua há 9 anos e há 4 anos na pista.

Marise Silva, corredora cega: “Minha maior dificuldade é encontrar guias para treinar e correr comigo”

Ela tem 50 anos. Conheceu a corrida há seis anos e se apaixonou! Depois da pandemia e com o projeto do Ifes parado, ela precisa de companhia para fazer seus treinos.

Carlinhos Fróes, organizador de corridas há 36 anos: debate é necessário

Ouça a opinião de um dos pioneiros na organização de corridas no Espírito Santo. Carlinhos Fróes, há 36 anos, estrutura as provas e promove a realização de muitos sonhos através da corrida.

Carlinhos reconhece, nesse momento de retomada dos eventos, a importância sobre a discussão de melhorias no processo de inclusão envolvendo os atletas com deficiência. Ele entende que esse debate se faz necessário especificamente na corrida de rua.

Fico muito feliz pela adesão de vocês nesse debate promovido pelo Dani-se. Vou Correr. Esse encontro será promovido com o apoio do Dani-se. Vou Correr e da Rede Capixaba de Comunicação e será realizado na sede da empresa na Praia da Costa na próxima quarta-feira, dia 24 de agosto, às 9h.

A ideia é pegar a Lei, fazer um entendimento dela, chegar a um consenso em que todo mundo entenda para que ela seja aplicada.