Saúde do Corredor

26 de janeiro: Dia da Gula. Nutri explica compulsão alimentar

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Diferente do que muitos pensam, o Dia da Gula não foi criado como uma desculpa para furar a dieta ou comer como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. Pelo contrário, essa data foi criada como uma maneira de conscientizar a população sobre os perigos que a compulsão alimentar oferece à saúde.

De acordo com os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde – OMS, cerca de 4,7% da população brasileira sofre de algum tipo de transtorno relacionado à alimentação. Os transtornos alimentares descrevem doenças que são caracterizadas por hábitos alimentares irregulares e sofrimento grave ou preocupação com o peso ou a forma do corpo. 

A compulsão alimentar é um desses exemplos. Nela, a questão é o exagero, o excesso no consumo: a pessoa devora uma quantidade enorme de comida. Alguns chegam a ingerir de 4 mil a 15 mil calorias em poucos minutos — a média recomendada para um adulto saudável são 2 mil calorias por dia. Esse transtorno pode estar aliado à obesidade, uma vez que a parte excedente do alimento consumido será armazenado na forma de gordura, como também pode estar aliado à bulimia, com episódios de vômitos forçados, exercícios excessivos, uso frequente de laxantes ou diuréticos, após o maior consumo calórico. 

Todos os casos ligados aos transtornos alimentares precisam de muita atenção. Há um grande desbalanceamento do corpo e da mente que precisam de cuidados simultâneos. Segundo a nutricionista Fernanda Larralde, especializada em Nutrição Esportiva, Saúde da Mulher e Fitoterapia, formada em Coaching Nutricional e  palestrante, há cuidados que precisam ser tomados com a ajuda de um profissional.

“Um dos cuidados primordiais é a aplicação dos princípios da Nutrição Comportamental, que está diretamente ligada à parte emocional do paciente. Quando uma pessoa não se relaciona bem com o alimento, não percebendo a hora da fome e o momento da saciedade, é extremamente necessário que essa pessoa seja conduzida a enxergar isso, acolhendo os sentimentos e não se sentindo culpada.” diz a especialista, ao explicar que todo esse processo acontece de forma guiada, cuidadosa e amorosa, para que seja um processo o mais leve possível.

Em resumo, a Nutrição Comportamental, através de um nutricionista capacitado, considera as emoções, os hábitos e as condutas de cada paciente para orientá-lo a adotar mudanças de maneira personalizada e adequar sua rotina alimentar na busca de uma alimentação saudável, nutritiva e prazerosa, considerando os aspectos sociais, fisiológicos e emocionais que influenciam o ato de comer.

A profissional comenta que é mais comum do que se imagina que as pessoas utilizem a alimentação como forma de compensação para um problema emocional mais profundo. “Com o diagnóstico obtido por meio da anamnese e recordatório alimentar, eu, como nutricionista comportamental, percebo a ligação direta com fatores emocionais associados à ansiedade, traumas e inseguranças, etc. Em casos que envolvam transtornos, sempre há algum fator emocional que é compensado na comida”, afirma Fernanda.

Após aprender a se relacionar emocionalmente com o ato de comer é feita uma reintrodução alimentar, como se fosse com uma criança pequena. “Primeiro, partimos pelos alimentos que o paciente gosta mais, que há uma familiaridade, tendo em vista também a acessibilidade a esses alimentos, sem uma dieta rígida estabelecida. E tempo a tempo o tratamento vai evoluindo. 

Desde o início do processo com o paciente, indicamos uma dieta rica em proteínas, fibras, gorduras saudáveis, cereais integrais e outros produtos que colaborem diretamente com a saciedade e que também auxiliem o organismo a responder de maneira mais saudável.

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